quinta-feira, setembro 25, 2008

Mãe, passado, presente e Futuro?

Hoje foi o dia de levar minha mãe ao neurologista para apanhar o resutado do mapeamento e a conclusão foi "EEG com mapeamento cerebral evidenciando surtos de ondas lentas de projeção difusa." Diagnóstico: Alzheimer em primeiro estágio. O médico não estava muito disposto a dar informações e eu fiquei sem saber se o remédio vai apenas aliviar ou por estar no início haverá cura. Sei q posso pesquisar ou perguntar a outras pessoas, mas vindo dele naquele momento, criaria uma empatia, uma segurança, mas... Tudo bem, vamos em frente.
O remédio receitado custa R$150,00 mas tem um cartão do laboratório que dá um desconto de 50% e eu pergunto por que não cobrar já esse preço? Já que os que não tiverem acesso a ele pagará pelos descontos dados. Bom, eu é que não posso abrir mão dele.
Amigos, ver minha mãe como ela está me traz um turbilhão de sentimentos. É estranho pensar que uma mulher que mesmo seguindo caminhos contrários aos que devem seguir quem opta pela maternidade e o matrimônio, ficará de certa forma dependente dos que ela descuidou. Sei que ela não o fez por pura maldade, mas doeu assim mesmo.
Minha mãe após um tempo vivendo os maus tratos da madrasta e o pai, hoje ambos falecidos, resolveu fugir de casa no interior do Espirito Santo e veio para o Rio de Janeiro. Trabalhou em casa de família e nos dias de folga curtia a praia de Copacabana. Não sei bem como ela conheceu meu pai, mas sei que ela viu nele a chance de mudar de vida, de deixar de ser empregada dos outros. Doce ilusão. Ele equanto era namorada era muito mão aberta, inclusive com os parentes quando eles iam visitá-los, assim acho que ela achou que ele era rico e pensou, "vou me dá bem" (doce ilusão dois) rs Bom, até onde sei, descobri contra sua vontade, pois meu pai deixou escapar que ela engravidou antes de se casa e naquela época um homem de verdade não abandonava uma mulher grávida e meu pai nesse aspecto era um homem de caráter, não sei se isso foi de tudo muito bom já que depois de casados, segundo minha mãe foram morar num quartinho com um colchão e um fogão boca-de-jácaré, se não me engano era no morro de São Carlos, não sei se ainda tem esse nome, mas como antigamente quem casa quer casa, meu pai comprou um terreno com uma casa na Baixada Fluminense.
Sempre encarnava nela dizendo que ela pensou estar dando o golpe do baú mas a história era outra. Nos momentos em que eu falava sério quando ela começava a reclamar, eu dizia que muitas mulheres passaram pelo que ela passou e em vez de ver solução no casamento, foi em busca de estudo, profissão e trabalho para evoluir e progredir, mas isso só a entristecia e não ajudava acho que aí tem um pouco com o assunto do post anterior, eu apenas me metia onde não era chamada e deixava de cuidar da minha vida para estar hoje melhor do que estou. Talvez eu quisesse que ela fosse diferente para eu seguir seu bom exemplo e mesmo tendo feito muita coisa diferente, como disse anteriormente, ainda espero tê-la como exemplo e isso dificulta minha aceitação de que ela é uma mulher que assim como eu é fraca onde não consegue ser forte. Eu quero ter tempo de mudar isso.
Grande beijo a todos, que seja abençoado nosso fim de semana.

5 comentários:

Anônimo disse...

Aceitar as pessoas como elas realmente são não é tarefa fácil, Vanna, mas é necessário né?

Todos nós temos nossos defeitos e qualidades, olhe para as qualidades da sua mãe, afinal, você é uma ótima pessoa.

Querida, estou lembrando de responder sobre algo que você me perguntou. Eu já estive na exposição da Clarice Lispector sim, no museu em Sp e aqui no Rio. Adorei! Mas, se quiser podemos marcar algo. Seria um prazer visitar a exposição novamente com a sua companhia.

Beijos e bom final de semana

Liz / Falando de tudo! disse...

que seja abençoado nosso fm de semana e que tudo acabe bem pra você e sua familia!

P.Winter disse...

Olá,querida

Então,Vanna ,histórias como a de sua mãe,há milhares por aí...mas,duvido que com todas as dificuldades algumas dessas mães tenha tido uma filha exemplar como vc...
Dizem que não escolhemos a família...pois eu digo que sim..Escolhemos aquela que nos fará crescer..
Ajude-a no que for possível e aceite o que não puder mudar!

Grande beijo e FORÇA!

Dois Rios disse...

Vanna, minha linda,

A sua mãe fez a história dela. Nós somos a soma das nossas decisões. Naquela época, naquele momento de vida sacrificada, o seu pai foi para ela a tábua de salvação, ainda que só na ilusão dela. Exemplo? Você tem minha querida, mesmo às avessas. Sempre aprendemos com os erros e os acertos dos nossos pais.

Meu grande beijo,
Inês

Claudia Gonçalves disse...

Vanna, querida, tudo bem?

Olha, lendo seu post me lembrei de uma situação em que falávamos aqui da relação mãe e filhos e vi tanta mágoa no coração das pessoas que voltei pra casa apavorada, com medo dos meus filhos me acharem, quando adultos, uma chata de galocha (como ele entitulou a mãe dele).
Eu sei que erro pelo excesso de zêlo, outras mães, pela falta de zêlo. Mas concorda que o exagero, em ambas as situações, é a grande fonte do problema?

Aproveite esse tempo com ela para:
Perdoá-la, conhecê-la melhor, mostrar aos seus filhos como devemos tratar os mais velhos, aproximar-se realmente dela e do que se passa em sua cabeça.

A maioria de nós não conhece os anseios e desejos dos nossos pais.

Grande beijo e melhoras para a sua mãe.