quinta-feira, setembro 24, 2009

Educação ou falta dela.

Professores a beira de um ataque de nervos.
São várias as razões que estão levando a nós profissionais da área de educação a ficar sem saber o que fazer com alunos sem perspectiva, sem objetivo, sem interesse pelo saber.
Nem tudo o que é dito pelos especialistas faz sentido quando se lida com a realidade, pois eles trabalham com conceitos e teorias. Até se sabe que devemos adaptar a teoria à pratica, mas o resultado real não é o que eles colocam como possível.
Não acho que com ser humano devemos pensar em se salvar só alguns e dar-nos por satisfeitos.
Já se pensou que o problema fosse a fome, passou-se a dar merenda, já se pensou que o problema tinha relação com falta de material, hoje eles ganham livros, os quais muitos não levam para escola alegando que são muito pesados.
A falta de condições de chegar ao colégio também já foi apontado como um problema para a frequência, então, criou-se o riocard e muitos o usam para outras atividades e continuam faltando. Os atrasos vêm com a desculpa de que os ônibus não param, mas acordar mais cedo nem pensar. Mas o que ninguém fala é que eles não deixam de ir aos shows de axé, de pagode, de hip hop e de outros gêneros que um ou outro fogem ao círculo da cultura de massa.
Atribuo tudo a falta de uma família que ao longo do desenvolvimento de seus filhos fosse mostrando o valor do conhecimento, da educação, tanto para a vida pessoal quanto da profissional.

Reproduzirei o texto de uma aluna em que foi pedido que ela após ler dois textos, construísse um em forma de dissertação.
Textos dissertativos são aqueles em que se usa argumentos que sirvam de base para suas opinões, classificam-se em argumentativos e opinitivos.
O que foi sugerido era que os alunos lessem sobre o assunto para terem conhecimento sobre o mesmo para assim poderem formar uma opinião coerente.

Vejam o texto.

"Entrevistamos um aluno em uma das escolas do Rios de janeiro, e vimos que a opiniao dele foi a seguinte.
Ele disse que não aceitava a liberação da droga no país, pelo fato da destruição das famílias, e que ele não acha certo andar pela rua, tendo que ver pessoas drogadas andando no mesmo ambiente que ele.
Com base na entrevista, vimos que ele era um garoto com pensamentos no futuro, e que iria para frente com esses pensamentos positivos". (o texto foi transcrito como foi escrito)

Uma boa notícia: estou trabalhando com uma turma de supletivo do nono ano e posso dizer que mesmo com suas limitações é uma turma com muita vontade de aprender e isso é que nos motiva a trabalhar.
Uma notícia ruim: Trabalhei o mês de setembro no regime de GLP (hora extra) e fiquei sabendo hoje que não receberei. Até que a situação se regularize, ficarei sem ir à escola, e quem está preocupado com esses alunos interessados ou não?

Grande abraço e um final de semana maravilhoso.

Em função do post, recebi o convite e aceitei participar da blogagem coletiva em crítica, homenagem ou pedido de socorro ao professores.
Abençoada semana para todos nós.

7 comentários:

Luma Rosa disse...

Vai rolar uma blogagem coletiva no dia 15, em comemoração à data destinada ao dia do professor. Este texto seria ótimo para esta empreitada! (rs*) - O Blogue Ponderantes que está promovendo. Durante a semana vou ajudar na divulgação e desde já está convidada! Bom fim de semana! Beijus

nd disse...

Oi amiga,
Sua indignação eu entendo e muito, me formei em licenciatura em biologia e logo percebi que não dava para ser professora e ser feliz...resolvi ser feliz e parti para outro ramo.Do qual não me arrependo. Mas hoje, como professora, sou voluntária numa instituição de caridade e percebo como nossos alunos estão rebeldes, desinteressados, preguiçosos e não nos respeitam.
Mas percebo que o problema vem de longe, está nas famílias desestruturadas e o desafeto é quem impera.
Amiga, graças a Deus não ganho a vida como professora, estaria muito desiludida, pq é terrível ensinar para quem não quer aprender.
Eu costumo dizer qdo estou em grupo com minhas colegas de ensino a seguinte frase : alunos da rede pública não vão para a aula, eles frequentam a escola. Estão muito mais preocupados com as baladas do que com os deveres de casa.

Belo texto e boa sorte prá vc,
Bjs,bjs

Valdeir Almeida disse...

Vanna,

Sou o Valdeir do blog Ponderantes.

Estou muitíssimo feliz por você ter aceitado o convite da Luma para participar da blogagem coletiva "Professores do Brasil". Você, assim como eu e tantos professores por aí, sabem da nossa luta diária. Foi justamente por isso que resolvi promover a coletiva.

Você já está inscrita. Sua participação é valiosa.

Mais uma vez, obrigado.

Boa noite.

Mari disse...

Oi,linda
Já tive oportunidade de contar que sou filho de professora,que fez Curso Normal no IERJ,se formando em 1961,quando já se saia empregada como funcionária pública.
Tenho ,portanto em casa um exemplo de alguém que acompanha a evolução(???) da Educação no nosso país.
Minha mãe conta como os alunos respeitavam o professor,como esses eram valorizados em todos os sentidos.Ela vê com tristeza como tudo mudou e como o professor hoje é desrepeitado tanto pelo Estado e pelos alunos.E dá Graças a Deus por já estar aposentada!

Querida,obrigado pelo seu comentário e vamos ver se nos visitamos com mais frequencia.
Mari e Carol mandam beijos!

Beijão

Claudio disse...

Oi minha amiga.
Saudades de você.
O problema da educação é muito complexo e por isso acho que deve ser prioritário. Começar com a educação de base. Muitos paíse, Chile, inclusive, já mostraram ser possível.
Mas necessita de dedicação de nossos políticos... Aí fica difícil, né?

Bjs

http://oucabem.zip.net

Paula Barros disse...

Um texto consciente, de quem tem a vivência e uma visão macro dos problemas, adorei ler.

E claro que tem muito mais, e sei que você também sabe.

E tenho avaliado o desistímulo geral do povo.

abraços

Cadinho RoCo disse...

É impressionante situação do ensino no Brasil de hoje, pelo que vaza de informações por aí. Desde o procedimento vindo do Governo Federal com a adoção de livros que cultuam a doutrina marxista, até à mais completa falta de respeito para com porfessores tranformados em reféns de alunos em vários estabelecimentos de ensino esparramados País afora.
O Brasil vive momento por demais preocupante, em particular com essa política de educação adotada pelo Governo Federal.
Cadinho RoCo