terça-feira, maio 27, 2008

Amar é dizer não.

Limites


Somos as primeiras gerações de pais decididos a não repetir com os filhos os erros de nossos progenitores.

E com o esforço de abolir os abusos do passado, somos os pais mais dedicados e compreensivos, mas, por outro lado, os mais bobos e inseguros que já houve na História.

A constatação trazida pelo artigo que circula pela Internet é deveras interessante, e vale a pena ser estudada.

O texto continua, dizendo que Parece que, em nossa tentativa de sermos os pais que queríamos ter, passamos de um extremo ao outro.

Assim, somos a última geração de filhos que obedeceram a seus pais, e a primeira geração de pais que obedecem a seus filhos.

Os últimos que tiveram medo dos pais e os primeiros que temem os filhos.

E o pior: os últimos que respeitaram os pais e os primeiros que aceitam que os filhos lhes faltem com o respeito.

Na medida em que o permissível substituiu o autoritarismo, os termos das relações familiares mudaram de forma radical, para o bem e para o mal.

Com efeito, antes se consideravam bons pais aqueles cujos filhos se comportavam bem, obedeciam a suas ordens e os tratavam com o devido respeito.

E bons filhos, as crianças que eram formais e veneravam seus pais.

Mas, à medida que as fronteiras hierárquicas entre nós e nossos filhos foram se desvanecendo, hoje, os bons pais são aqueles que conseguem que seus filhos os amem, ainda que pouco os respeitem.

E são os filhos que, agora, esperam respeito de seus pais, pretendendo de tal maneira que respeitem as suas idéias, seus gostos, suas preferências e sua forma de agir e viver.

E, além disso, que os patrocinem no que necessitarem para tal fim.

Quer dizer, os papéis se inverteram, e agora são os pais que têm que agradar a seus filhos para ganhá-los e não o inverso, como no passado.

Isto explica o esforço que fazem hoje tantos pais e mães para serem os melhores amigos e dar tudo a seus filhos.

Os filhos precisam perceber que, durante a infância, estamos à frente de suas vidas, como líderes capazes de sujeitá-los quando não os podemos conter, e de guiá-los enquanto não sabem para onde vão.

Se o autoritarismo suplanta, humilha, o permissível sufoca.

Apenas uma atitude firme, respeitosa, lhes permitirá confiar em nossa idoneidade para governar suas vidas enquanto forem menores.

Vamos à frente liderando-os e não atrás, carregando-os, e rendidos à sua vontade.

É assim que evitaremos que as novas gerações se afoguem no descontrole e tédio no qual muitos estão afundando, descuidados.

Os limites abrigam o indivíduo. Com amor ilimitado e profundo respeito.

* * *
Não tenho medo de dizer não, pois quero que minhas filhas saibam lidar com muitos que virão. Espero que seja mais fácil à medida que o tempo passa.
Grande beijo e que seja de paz e reflexão nossa quarta-feira.

3 comentários:

Paula Barros disse...

Oi,
Boa reflexão. Esse não saber dizer não, colocar limites, está gerando uma sociedade perdida.

E olhe que os adultos não estão sabendo dizer não para um monte de coisas na vida.

beijos

Claudia Gonçalves disse...

Vanna, que post MARAVILHOSO! Expressa a nossa preocupação com os nossos filhos e a diferença no educar atual que, se não tomarmos cuidado, leva os jovens a querer mandar nos pais quando crescerem.

É um conflito de gerações que muito me incomoda.

Ao contrário do meu marido, eu não tenho dificuldade alguma na hora de dizer um não. O faço com tranquilidade hoje, mas não foi sempre assim. Foi um processo de amadurecimento duro e demorado. Mas valeu a pena.

Adorei o post. Apareça.

Bjo, Claudia

instrutordanielpena disse...

Olá, gostei muito de seu eblog
www.riocrente.com